Mente vazia…

Lembro daquele velho ditado, “mente vazia, oficina do diabo”, e penso: “Que diabo preguiçoso esse meu”!

Minha mente parece um deserto. Um grande galpão vazio, pronto para ser preenchido com alguma coisa _ ainda que fosse uma diabrura do capeta _ mas, não! Meu diabo é preguiçoso e também cruel _ afinal é um diabo _ prefere me matar de tédio, dia após dia; ano após ano. Quantas coisas eu deixei para trás…

Quando criança, eu ouvia uns discos dos Beatles, do meu pai e empunhava minha guitarrinha de plástico para dublar, imaginando que um dia eu seria um Paul McCartney _ canhoto eu já era. Certeza eu já estava no caminho _. Depois cresci e fui aprender a tocar violão de verdade _ agora eu queria ser Raul Seixas…

Eu escrevia letras de músicas e melodias. E elas fluíam que era uma beleza. Cheguei até a fazer algum sucesso entre os colegas de faculdade. Faculdade de Comunicação e Artes…

Além de músicas, eu escrevia artigos e crônicas (meu estilo literário e jornalístico preferido).

Não sou muito de cultivar saudades. Mas aqueles foram bons tempos. Tempos criativos. Tempos em que a “oficina do diabo” operava a todo vapor! E se era mesmo o diabo, eu não sei (na verdade eu nem acredito que ele exista). Mas a parceria era boa!

Hoje não há mais música _ toco o mesmo repertório de 10 mil anos atrás (também, que culpa tenho eu se já não fazem mais músicas boas hoje em dia?) _. Também quase não há mais artigos nem crônicas _ veja o meu desespero de criar algo com esse texto aqui!

Às vezes desejo que o diabo volte logo de suas longas férias para botar essa oficina em pé de novo.

Enquanto isso, só me resta ir morrendo aos poucos de tédio…

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